quinta-feira, 9 de junho de 2011
Reunião do Cade para debater a fusão Sadia-Perdigão não chega a uma solução
A reunião sobre o processo de fusão entre as empresas Sadia e Perdigão, que criaram a Brasil Foods, terminou ontem sem uma decisão. As conversas entre o relator do processo, Carlos Ragazzo, e os representantes da companhia levaram a entender que o caso será vetado pelo Conselho Administrativo de Desefa Econômica (Cade).
Conforme publicou hoje o jornal "O Estado de S. Paulo", o principal ponto de discórdia entre as duas partes foi a demora do desenvolvimento do caso. Para os advogados da Brasil Foods, o tempo que o governo dispensou (dois anos) para avaliar o processo é prejudicial à empresa.
Segundo Ragazzo, o atraso foi devido às atitudes das próprias empresas, que apresentaram relatórios extensos e complicados para avaliação. Pessoas próximas ao Cade afirmam que essas ações foram a maneira encontrada pela empresa para atrasar o processo, uma vez percebido o resultado negativo.
Para especialistas, dificilmente a fusão será aceita pelo Cade. Uma ex-conselheira do órgão, Lucia Helena Salgado, afirmou, em entrevista ao jornal, que desde o início a operação estava “fadada ao fracasso”.
As duas empresas se uniram depois que a Sadia passou por uma crise financeira em 2008, quando apresentou um prejuízo de R$ 2,5 bilhões. A empresa familiar apostava na baixa do dólar, e não conseguiu se manter estabilizada com a ação contrária da bolsa.
A Sadia foi fundada por Attilio Fontana, em 1944, e é um exemplo de sucesso, pois passou de um pequeno frigorífico para uma grande corporação altamente reconhecida. Attilio era pobre, filho de camponeses, mas juntou dinheiro e, aos 21 anos, conseguiu abrir uma vendinha com o pai e irmão.
Foi chamado pelo prefeito da cidade de Concórdia, Santa Catarina, para cuidar de um frigorífico local. Vendo a possibilidade de crescimento da região, foi e fundou, com mais 27 sócios, a Sadia.
Na década de 1950, pouco tempo depois de sua criação, a empresa já estava presente em vários pontos do mercado nacional, e 1980 era reconhecida internacionalmente. Em 2001 e 2003, foi eleita a marca mais valiosa do setor alimentício brasileiro.
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