segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Conflitos nas empresas familiares



Por Domingos Ricca

Dentro das empresas familiares conflitos são comuns por conta dos interesses divergentes dos membros. O lado emocional fala mais alto e as consequências podem abalar a estrutura da empresa e da família.
Mais da metade das empresas familiares fecham suas portas em decorrência de conflitos, um dado preocupante quando se sabe que a maioria das empresas brasileiras e mundiais são de origem familiar.
Acabar com conflitos dentro desse segmento é algo impossível, pois por se tratar de uma empresa familiar, o ego sempre fala mais alto dentre os membros da família. Cabe ao fundador, saber dividir os papéis de cada um, evitando expor assuntos particulares diante de todos, para que não haja intriga entre os herdeiros e possíveis sucessores.
O outro grande desafio que o fundador enfrentará é a sucessão e consequentemente a melhor maneira de passar para a próxima geração todo o valor que ele construiu em seu negócio. Vale ressaltar que esse processo deve ser feito de forma voluntária, avaliando a capacidade de seu sucessor que irá vir a assumir seu empreendimento, de forma que ele se empenhe e tenha total responsabilidade, sem deixar de lado a credibilidade de sua empresa e a cultura que nela foi implantada.
Muito tem se falado da nova geração que nasceu no auge dos avanços tecnológicos, conhecida como geração Y. Essa geração adia a construção de valores relacionados ao âmbito familiar, como o casamento e filhos, em prol da busca incessante do crescimento intelectual, visando à independência pessoal e profissional. Esses jovens repudiam o tradicionalismo e a imposição e querem seguir a sua própria carreira.
Mediante essa nova geração de herdeiros o fundador se vê em um dilema que pode custar à sobrevivência do sonho da perpetuação, sendo assim é importante que exista um diálogo transparente sobre a perspectiva de ambos, se o sucessor estiver disposto a tomar frente do negócio, sua vontade despertará naturalmente, caso contrário, o melhor que se tem a fazer é procurar respeitar a vida do filho e orientá-lo na busca por seus próprios sonhos. Se há o impasse no processo de sucessão do negócio, a solução pode estar na chamada Governança Corporativa, uma forma alternativa de gestão do negócio que visa minimizar os efeitos do conflito familiar sobre a administração da empresa. É opção que vai exigir do empreendedor a capacidade de racionalizar sobre o que deseja para a empresa.
A Governança Corporativa estimula acordos entre fundadores e herdeiros. A administração do negócio passa a ser conduzida por um Conselho de administração. É este conselho que vai discutir em conjunto, e em harmonia, a melhor forma de condução da empresa.

Foto: http://www.blogflaviopereira.com.br/wp-content/uploads/2009/08/apav_000004786200Small.jpg

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