quinta-feira, 26 de maio de 2011
Renault: Uma questão de honra familiar
Hoje, o jornal O Estado de S. Paulo publica, no seu caderno de Negócios, um pouco da história do que a família Renault passa, já há 70 anos, para tentar reaver a fábrica do avô e restaurar sua reputação.
Louis Renault, que criou a montadora em 1899 juntos com dois irmãos, foi preso após o término da 2ª Guerra Mundial acusado por colaborar com os nazistas e morreu na prisão enquanto aguardava julgamento em 1944. Um ano após sua morte, o governo provisório do general Gaulle estatizou a companhia da família.
Desde que a montadora foi passada ao governo, os familiares de Louis tentam rever a ação. Agora, uma nova lei instaurada na França em março de 2010 fez reascender o caso dos Renault. A norma diz que todos os cidadãos podem contestar as decisões tomadas pelos tribunais, e a família pretende, mais uma vez, conseguir a indenização pela fábrica.
Conforme defendem os advogados, o governo francês não pode confiscar qualquer bem sem que uma pessoa seja julgada e declarada culpada. Além disso, como todas as outras grandes montadoras da época – como a Citroën, Peugeot e a Berliet – a Renault também produziu veículos para a Alemanha no período em que esta ocupou a França, entre 1940 a 1944. No entanto, as outras fábricas não foram estatizadas como a Renault, e os donos da Citroën e Peugeot foram considerados patriotas.
Caso a família ganhe o caso, a indenização paga pelo governo será de, aproximadamente, US$ 143 milhões. Em entrevista para o jornal, a neta de Louis, Helene Renault-Dingli, declara que sua prioridade não é transformar a questão em dinheiro. “Estamos batalhando para conseguir que ele volte ao seu lugar, mas nenhum valor indenizatório poderá compensar essa violência vivida pela nossa família”, declarou.
A questão mostra que a 2ª Guerra ainda é um tema delicado no país, principalmente quando se trata do período da invasão de Hitler. Além disso, demonstra a importância que os negócios familiares têm em relação aos donos e herdeiros. A família Renault, mesmo após 70 anos, não abandonou sua cultura e seus laços familiares.
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